A VOZ DO POVO

15 dezembro 2014

Ex-prefeito de Paracatu é suspeito de comandar queima de arquivo “homicídio” em 1995.

Atualizado: 15/12/2014.
Ele teria sido o mandante do assassinato do denunciante de um esquema fraudulento milionário de uma cooperativa de leite na cidade, e também estaria envolvido na chacina de Unaí A Polícia Civil apresentou na manhã desta segunda-feira (15) a conclusão de um caso ocorrido em 1995, e que estava prestes a ser prescrito, já que isso acontece em 20 anos e, no ano que vem, se completaria este prazo. Um homem foi assassinado após denunciar fraudes na cooperativa em que trabalhava em Paracatu, na região Noroeste de Minas, e o mandante seria o ex-prefeito da cidade, que se candidatou a deputado federal este ano - mas não foi eleito. Conforme informações do delegado Alex Machado, que assumiu o caso junto ao delegado Wagner Pinto, Eustáquio Porto Botelho trabalhava na Cooperativa de Leite de Paracatu, na década de 1990, mas passou a denunciar um esquema de fraude milionária. O responsável pela cooperativa e o “mandachuva” da cidade, era o ex-prefeito Arquimedes Borges de Oliveira, de 64 anos. Ele foi eleito prefeito da cidade em duas ocasiões, sendo de 1989 a 1992, e de 2000 a 2004. A denúncia dava conta de que os funcionários acrescentavam água no leite produzido pela cooperativa. Além disso, uma empresa fantasma teria sido criada para comprar esses leites, mas o dinheiro era depositado e só retirado depois de um tempo. O valor era colocado em um fundo de poupança,  mas como na época a inflação era muito alta, todo esse valor dos juros de inflação era retirado para que o dinheiro fosse devolvido sem correção. O crime aconteceu no dia 15 de setembro, quando três homens, supostamente a mando de Arquimedes, prepararam uma emboscada para a vítima. Os três “capatazes” esperaram Eustáquio na entrada da cidade, na BR-040, o retiraram do carro em que estava e o executaram com três tiros. Depois, jogaram o corpo em uma chácara, a dois quilômetros de distância do local do crime, e colocaram um revólver na mão esquerda da vítima, na tentativa de simular um suicídio. A investigação do caso pela delegacia local não foi para a frente. Foi por isso o Ministério Público de Minas Gerais resolveu denunciar o caso, que passou a ser investigado pelo Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa em 2011. Arquimedes nunca chegou a ser preso, mas um dos capatazes, que teria sido a pessoa que atirou em Eustáquio, e que tinha o apelido de “Jagunço”, chegou a ser detido na época. No entanto, a polícia conseguiu interceptar uma carta dele para Arquimedes, na ocasião, em que ele dizia “me salve, por favor, ou então vou abrir o bico”. Pouco depois ele conseguiu sair da prisão e nunca mais foi preso. Mas morreu anos depois em Brasília, de causas naturais, segundo a polícia. Outro capataz também morreu neste período, e somente Eurípides Gomes dos Santos, o terceiro capataz, aguarda julgamento no banco dos réus. O ex-prefeito aguarda o julgamento em liberdade, e foi indiciado por homicídio. Ainda segundo o delegado, ele também estaria envolvido na chacina de Unaí. A VOZ DO POVO.


 

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