Atualizado: 30/12/14
Daqui a quatro dias, ou cerca de 96 horas,
Alberto Pinto Coelho (PP) entregará a faixa de governador de Minas Gerais a
Fernando Pimentel (PT) e, com isso, estará decretado o fim de “um mandato” que
teve 12 anos de duração sob a batuta do PSDB. Em 1º de janeiro de 2003,
acompanhado de sua filha Gabriela, Aécio Neves (PSDB) cruzou a praça da
Liberdade em direção ao Palácio de mesmo nome, então sede do governo mineiro.
Recebeu a faixa de governador das mãos de Itamar Franco, então no PMDB, que
ocupara o posto mais alto de Minas no período entre 1999 e 2002. Na edição do
dia seguinte, O TEMPO trazia em sua manchete: “Lula prega mudança; Aécio pede
austeridade”. Na capa da mesma edição, o periódico destacava que “o novo
ocupante do Palácio da Liberdade ressaltou a necessidade de cortar gastos públicos
e declarou ser prioridade a ampliação de receita do Estado”. O corte de gastos,
juntamente com outras medidas, foi cunhado mais tarde como “choque de gestão”,
definido como uma espécie de “divisor de águas” para o Estado – pelos tucanos e
seus aliados – ou como uma “campanha de marketing” – pelos opositores. Aécio anunciou
a reforma administrativa no segundo dia de mandato, quando fundiu secretarias –
de 21 para 15 – e cortou cargos comissionados. De lá para cá, o número de
pastas aumentou e voltou a reduzir, fechando o ciclo em 17. Desde 2003, foram
três governadores de um mesmo grupo político – Aécio à frente por sete anos e
três meses, Antonio Anastasia governou durante quatro anos e cinco dias, e
Alberto Pinto Coelho, que completará oito meses e 27 dias em 31 de dezembro. A
sede administrativa do Estado mudou de um dos principais pontos turísticos da
capital mineira para uma região até então praticamente deserta. Na economia, o
Produto Interno Bruto (PIB) oscilou aos sabores das crises e acompanhou o ritmo
nacional. Em 2009, ano em que a economia brasileira caiu 3,2%, em Minas o tombo
foi maior: 4%. No ano seguinte, impulsionada pelas exportações, a economia
mineira decolou 8,9%, contra 7,5% do país. O orçamento cresceu ano após ano, e
as dívidas acumularam juros. Na saúde, a taxa de mortalidade infantil caiu 27%.
Em contrapartida, a mortalidade materna aumentou 6,3%, mesmo com programas
específicos destinados a sua redução e com a tendência nacional de queda desde
a década de 1990. Na educação, as taxas de analfabetismo caíram ao passo da
média nacional, mas ainda seguem bem distantes da média da região Sudeste. E na
área da segurança, tal como o número de presos explodiu, a taxa de homicídios
também cresceu. O tempo/ A VOZ DO POVO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário