Atualizado: 24/01/15.
Na sede da OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil) Rio de Janeiro foi criado a “CONFEDERAÇÃO NACIONAL QUILOMBOLA” como
entidade representativa nacional dos interesses quilombolas e da luta contra o
racismo e titulação de terras quilombolas. O Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) criou a Comissão Nacional da Verdade da Escravidão
Negra no Brasil, no âmbito da entidade, para investigar os fatos relativos à
escravidão de africanos e seus descendentes. A intenção, também, é fazer um
resgate histórico e da contribuição da população negra para o desenvolvimento
do país. Para o presidente do Instituto
da Advocacia Racial e Ambiental, Humberto Adami, cria um espaço para a
escravidão do negro ser passada a limpo. “Para que se consiga ver o que
aconteceu, a tragédia e o holocausto do povo negro, do povo africano no Brasil,
e a partir daí se possa buscar com mais firmeza a aplicação de política de ação
afirmativa, para que os brasileiros que estão em uma situação de cidadão de
segunda classe partam para a verdadeira igualdade”, disse. Em sessão plenária,
o conselho decidiu, ainda, encaminhar ao governo federal a proposta de instalar
a comissão da escravidão negra nos moldes da Comissão Nacional da Verdade (CNV)
que investiga as violações de direitos humanos durante o regime militar, entre
1964 e 1985. Segundo Adami, além do resgate histórico, é possível discutir a
reparação e avaliar as condições de desigualdade nos campos político,
econômico, de mercado de trabalho, das questões quilombolas e das religiões de
matriz africana. “Na verdade, você transforma e refunda a República ao trazer a
reparação da escravidão para uma discussão franca e aberta, como tiveram os
judeus, os japoneses da época do macarthismo e outros grupos humanos que
passaram por períodos de discriminação. Apenas para a população negra isso
ainda não foi concedido”, disse Adami. Os membros da comissão da OAB devem ser
escolhidos e nomeados até o próximo mês. Vice-presidente da Comissão Nacional da
Promoção da Igualdade e também da nova comissão, Humberto Adami afirmou que a OAB entra para a história com a
criação da comissão sobre escravidão. “Estamos fazendo história hoje. A criação
dessa comissão é um importante passo dentro de uma grande história. Buscar
saber o que aconteceu colocará o Brasil de frente para si mesmo, onde hoje
existem cidadãos de duas categorias”, afirmou Adami, que defendeu também a
criação de um fundo de reparação no contexto da comissão que apurará a
escravidão. A VOZ DO POVO.
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