Por
se tratar de uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, os detentos que
trabalham na obra não recebem salário Detentos
do Presídio de Araxá trabalham nas obras e receberão certificado
profissionalizante
Da
Redação da Rede Hoje
A
iniciativa de ter presos aprovados para o trabalho externo pela Comissão
Técnica de Classificação (CTC) partiu do diretor do hospital, José Tadeu Silva,
que procurou a unidade para propor a parceria. Segundo a Agência Minas, por se
tratar de uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, os detentos que
trabalham na obra não recebem salário, mas vão ganhar como recompensa aulas
teóricas sobre construção civil e um certificado profissionalizante. São oito
detentos do regime fechado do Presídio de Araxá que estão trabalhando nas obras
de ampliação do Hospital Casa do Caminho, no Triângulo Mineiro e Alto
Paranaíba. Os custodiados que se destacarem no trabalho serão contratados como
pedreiros do hospital. Segundo o diretor adjunto do presídio, Bruno Mendes
Lourenço, essa não é a primeira vez que presos da unidade prestam serviços ao
hospital. A colaboração entre as instituições existe desde 2013 e cerca de 30
custodiados já passaram pelo canteiro de obras da Casa do Caminho. Bruno
destaca que a iniciativa gera ocupação e oportunidade de profissionalização
para os detentos. “Do meu ponto de vista, o trabalho é uma das melhores formas
de auxiliá-los no processo de ressocialização”. O diretor adjunto observa que
os custodiados que trabalham são mais disciplinados e têm índices de
reincidência menor do que os demais. “Na maioria das vezes, o trabalho resgata
o vínculo familiar do condenado, o que é de suma importância, uma vez que o
apoio da família é fundamental para o egresso prosseguir sua vida de forma
digna e honesta”, afirma. Para
o detento Flávio Silva de Oliveira, 31 anos, além de uma nova profissão, o
trabalho tem trazido outros aprendizados. “Lá aprendi que devemos ter em nossa
vida companheirismo, dignidade, humildade e igualdade, pois, se tivermos esses
requisitos, seremos pessoas melhores em tudo. Isso me deu uma nova visão de que
o crime não compensa”. Obras Apac Araxá.
Atualmente, outros dez detentos do presídio trabalham na construção da unidade
da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Araxá. Com
eles, já são 15 os custodiados que já contribuíram para a construção, desde seu
início, em 2009. A obra está na fase de acabamento. Todos eles têm direito a
remição de pena e recebem mensalmente ¾ do salário mínimo por meio do termo de
cooperação técnica firmado entre a Apac e o presídio. A proposta da Apac é que esses presos que
trabalharam nas obras sejam os primeiros a ingressar no novo centro de
ressocialização, que deve ser inaugurado ainda neste primeiro semestre, com 130
vagas. Atualmente, cerca de 13 mil
detentos trabalham e 8.500 estudam enquanto cumprem pena em Minas Gerais. Nas
151 unidades prisionais da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), da
Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), funcionam 447 frentes de trabalho
e 67 escolas. O preso recebe remissão de
pena pelo trabalho e pelo estudo. Segundo a Lei de Execução Penal, de 1984, a
cada três dias de atividades laborais ou 12 horas em sala de aula, um dia é
diminuído da sentença a ser cumprida. Da
Redação da Rede Hoje/ AVOZ DO POVO.
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