Atualizado: 23/11/14
Vencedora Tayane Cristina, de 20 anos, sonha
em ser jogadora de vôlei; Quinze detentas de unidades prisionais de todo o
Estado trocaram o uniforme vermelho da Subsecretaria de Administração Prisional
(Suapi) por vestidos de gala na noite da última terça-feira (18/11). Elas
concorreram ao título de Miss Prisional Minas Gerais 2014, durante evento no
pátio do Complexo Penitenciário Estevão Pinto, em Belo Horizonte. Tayane
Cristina Gonçalves, de 20 anos, do Presídio Feminino José Abranches, de
Ribeirão das Neves foi a grande vencedora da competição. Ela desfilou representando
a 2ª Região Integrada de Segurança Pública (2ª Risp). Tayane tem 1,75m de
altura, pesa 68 quilos e tem como maior sonho ser jogadora de vôlei. Antes de
ganhar o Miss Prisional, também venceu os concursos da unidade que está detida
e a etapa regional de seleção. O segundo lugar do concurso ficou com Lívia Lima
Gonçalves, de 22 anos, do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp)
de Ipatinga. Já a terceira colocada foi Pâmela Leopoldina, de 18 anos, do
Presídio de Ubá. O título de Miss Simpatia ficou com Roberta Carvalho, de 20
anos, do Presídio de Pouso Alegre. Ela foi eleita pelas outras candidatas. A
novidade do concurso deste ano foi à eleição da Miss Trans. Oito transexuais
que cumprem pena nas unidades da Suapi participaram do concurso. Lis Vitoe
Freitas, do Presídio de Vespasiano, foi à vencedora do novo segmento do
concurso. Ressocialização Dez jurados avaliaram quesitos como beleza, simpatia,
postura, corpo, rosto e desenvoltura. Entre eles a Miss Minas Gerais 2013,
Janaína Barcelos, que elogiou o evento. “É uma ação corajosa, uma iniciativa
importante. Faz a diferença na vida delas, acredito que todos merecem outra
chance”, observou. Mais que um concurso que destaca a beleza das custodiadas em
Minas, o Miss Prisional tem como objetivo resgatar a autoestima das mulheres
privadas de liberdade, humanizar o cumprimento da pena e promover a
ressocialização. O secretário de Estado de Defesa Social, Marco Antônio Romanelli, destacou a
importância deste tipo de ação. “Foi emocionante, muito bonito a participação
de todos. Ficamos satisfeitos em ajudar a elevar a autoestima das custodiadas”,
disse o secretário. Durante o desfile as presas usaram traje casual e de gala.
As três primeiras colocadas ganharam um book fotográfico: o 1º lugar com 20
fotos, o 2º lugar com cinco fotos, e o 3º com quatro fotos. Os prêmios, além
das roupas e da produção das detentas, foram fornecidos por parceiros do sistema
prisional. A iniciativa foi organizada pela Subsecretaria de Administração
Prisional (Suapi) e teve o apoio da Caixa de Assistência dos Advogados de Minas
Gerais (CAAMG). O presidente da CAAMG, Sérgio Murilo Braga, também foi jurado
do concurso e agradeceu o convite: “Foi muito gratificante participar de um
evento cheio de cidadania, que traz luz, esperança e ressocialização para todos
os que se encontram detidos em unidades prisionais”, afirmou Braga. Olhares
diversos. Apresentadora de programa de televisão, figurinista, empresário do
ramo de decoração, advogados criminalistas e designer de jóias são algumas das
profissões que compuseram o júri responsável pela escolha da Miss Prisional e
Miss Trans da edição deste ano. A ideia foi ter a presença de diferentes
olhares para as concorrentes, com a participação de pessoas ligadas à moda,
estética, mídia e ao sistema prisional. Walkíria La Roche, coordenadora das
Políticas Públicas voltadas para o segmento LGBT no Estado de Minas Gerais e
membro do Conselho Estadual de Direitos Humanos (CONEDH) foi uma das juradas.
“Este evento mostra a preocupação do Governo de Minas Gerais com a inclusão
social, a diversidade sexual e o processo de ressocialização dos detentos”,
disse a coordenadora. Fonte: Patrocínio Online.
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